O surto de sarampo que atinge a capital paulista desde abril deste ano já soma mais de mil e duzentos infectados. A razão para tantos casos se deve a circulação de um novo subtipo e a queda de anticorpos vacinais. Para que essa queda não ocorresse, o ideal seria que todas as pessoas que tomaram a vacina contra o sarampo há quinze ou vinte anos atrás, realizassem uma nova aplicação, pois hoje são os que mais estão contraindo a doença. Esse público fez a vacina quando criança e agora, os anticorpos contra o sarampo estão mais baixos e, como está circulando um novo subtipo, estão mais vulneráveis a contrair o vírus.

Há um novo subtipo do sarampo?
O vírus que está circulando atualmente é o D-8, mas não se trata de um tipo novo. Ele já causou uma epidemia no Brasil em 2014 e também um surto na região norte no final do ano passado.

O surto se deve a queda de proteção?
Quem realizou a vacina há quinze anos e está com os anticorpos baixos contra a doença são mais suscetíveis a contrair o sarampo. Entretanto, o surto não se deve apenas a queda de proteção. O “novo subtipo” adentrou o Brasil, por meio de turistas vindos de Israel, Noruega e Venezuela. Como São Paulo recebe muitas pessoas de todos os cantos do mundo, é natural que a incidência de infectados pelo vírus D-8 seja maior na capital paulista. O que acontece muitas vezes é que o turista teve algum contato com alguém no seu país que está infectado, veio para o Brasil e teve contato com pessoas que estão com a proteção baixa contra o sarampo.

Esse vírus tende a se espalhar para outros estados do Brasil?
Sim, o tempo mais frio e seco tende a aumentar a transmissão do vírus. Com isso, podem surgir novos casos de pessoas infectadas em outros estados do Brasil. O vírus do sarampo sofre mutações, podendo ser mais resistente e se espalhar rápido.

O que fazer para não ser infectado ?
A medida mais segura seria toda a população até os cinquenta anos ser vacinada novamente. Contudo, a vacina é importada e o estoque é limitado. Por essa razão é de suma importância que o público-alvo faça a vacina contra o sarampo e os pais sigam todas as recomendações do calendário vacinal dos pequenos. Para aqueles que já tomaram a vacina há mais de quinze anos, é indicado que procurem se imunizar. Quanto mais gente se vacinar, maiores serão as chances de neutralizar o vírus.